terça-feira, 29 de setembro de 2009

Serra: É preciso ‘frear o furor fisiológico’ do governo

1. Loteamento político de cargos: “Muita gente dizia: ‘Vocês não vão conseguir administrar o Estado sem lotear cargos [...]’. Pois nós fizemos sem lotear [...]. Nós damos emendas .... [Liberamos] emendas para o pessoal do PSDB, do DEM e do PT [...], Até para o PSOL. Diminui a taxa de ira dentro do Legislativo”.



2. O fisiologismo nacional: “Acho que isso também é possível fazer no Brasil. Quer dizer: frear esse furor fisiológico, de loteamento, de uso de máquina e de tudo mais. Não diria que vai ficar puro, que vai se obter a pureza. Mas, hoje, é como no rio Tietê. Entrou no rio Tietê pega doença. Eu acho que dá para despoluir o Brasil [...], pelo menos pelo menos, elevar muito a taxa de despoluição na política brasileira”.



3. O mercado persa da Funasa: Serra disse ter adotado, como ministro da Saúde de FHC, medidas de “profissionalização” dos quadros de confiança, nomeados sem concurso. Citou a Funasa: “[...] Para indicação dos coordenadores estaduais [...] era necessário que eles preenchessem determinados requisitos de qualificação, coisa que foi revogada no segundo, no quarto mês do governo Lula, para que de novo a Funasa virasse o mercado persa que virou”.



4. Gastança do Estado: “Administração pública, na minha opinião, envolve gestão por resultados, envolve planejamento, envolve prioridades e responsabilidade fiscal. Responsabilidade fiscal porque senão o governo se enfraquece. O governo que atrasa pagamento, no caso de Estados e Municípios, ou que aumenta o seu endividamento para cobrir gasto corrente, é governo que vai enfraquecendo o seu poder de intervenção positiva na economia”.



5. Sindicatos do PT: Serra diz ter criado em São Paulo metas para as escolas públicas. Faz média com Aécio Neves, que, segundo ele, fez o mesmo. Em seguida, critica: “Esse é um incentivo material que os sindicatos, evidentemente a maior parte do PT no caso de São Paulo, são frontalmente contrários”.



6. Mais sobre sindicatos: Ao inaugurar a Universidade Virtual de São Paulo, Serra discursou: “Hoje é um dia histórico [...]. Será um marco, sem dúvida, na história desse ensino em nosso Estado e também no Brasil [...]. Estou confiante que nós vamos ser capazes de produzir cursos de muito boa qualidade. Em geral, quando se faz uma inovação, tem objeções. Quem objeta é sindicato. Aí, são as guildas, as corporações, que vêm desde a Idade Média e que sempre foram assim [...].



7. Mais sobre o PT: Num discurso feito a empresários de São Paulo, Serra disse que recorre, na área da saúde, a parcerias com a iniciativa privada. E foi à jugular do petismo: “Onde o PT tem o governo municipal, eles também estão partindo para esse tipo de experiência. O que não impede que se oponham a nível sindical [...]”.



8. De novo o PT: “Nós procurarmos definir bem as prioridades, porque quando tudo é prioritário nada é prioritário. Essa é uma característica, em geral, de administrações do PT. Tudo é prioritário.”



9. Bolsa Família X emprego: “Não há motivo para a economia brasileira não crescer muito mais e ter um nível de emprego muito maior. Eu não sou contra nenhuma bolsa. Criei uma quando era ministro da Saúde, a Bolsa Alimentação que, junto com a Bolsa Escola, que foi criada pelo Paulo Renato, que era ministro do Fernando Henrique, da Educação, junto com o Vale Gás, junto com isso, com aquilo, formou o Bolsa Família. Não sou contra a transferência de renda [...]. Agora, isso não substitui o emprego, a renda familiar, as oportunidades de vida”.



10. Bolsa Família X Viva Leite: Ao inaugurar uma fábrica da Nestlé, Serra enalteceu um programa de São Paulo: “Para que se tenha uma idéia do alcance, para cada 100 crianças que o Bolsa Família atende no Estado, o Viva Leite atende 112, ou seja, é mais abrangente. Na Capital, para cada criança atendida pelo Bolsa Família, o Viva Leite atende quatro crianças”.



11. O Brasil no BRIC: “Acho que o Brasil tem tudo para não ser o rabeirinha dos BRICS [...]. Aliás, a Índia e a China estão lá, crescendo bastante. Claro, com a crise retrocederam, mas com taxas positivas - a Índia com 4%, 5%, a China de 6%, 7%. E isso lá é considerado uma tragédia, imagine”.



12. Verbas e eleição: Ao liberar R$ 33,9 milhões para prefeituras de São Paulo, Serra discursou: “Como no ano que vem tem eleição, muitas vezes a imprensa interpreta que esses atos aqui estão relacionados com a eleição. Estão relacionados tanto quanto os convênios de 2008 e de 2007. Na verdade, sempre fizemos isso, sempre fizemos essas reuniões, e no começo a imprensa não dava bola porque não tinha eleição em cima. Agora, tudo vira um fato, um acontecimento. Não estamos de olho na eleição, nós estamos de olho na administração, porque eleição tem tempo ainda, é para o ano que vem. Isso eu tenho feito questão de deixar sempre claro”.



13. Escolas técnicas: Serra trava com Lula uma guerra não declarada em torno do ensino técnico. No plano federal, Lula diz que faz mais do que seus antecessores fizeram em 100 anos. Ao tomar posse, em 2002, encontrou 140 escolas técnicas. Promete entregar, até o fim de sua gestão “mais de 300”.



E Serra: “A ação em relação ao Ensino Técnico e Tecnológico é a mais expressiva de todas as ações do Governo do Estado. Nós encontramos 70 mil alunos, mais ou menos, em Escolas Técnicas. Vamos elevar, até o final do ano que vem, a 170 mil vagas. Ou seja, vamos aumentar duas vezes e meia. Na Capital, em 2006, havia 14 Escolas Técnicas. Até o final do ano que vem, existirão 47 ETECs. É mais do que triplicar o número de escolas técnicas na cidade de São Paulo. Isso é uma revolução”.



14. FHC X Lula: Ao lançar o Programa Aprendiz São Paulo, Serra insinuou que Lula se apropriou de programa da era FHC: “No Governo Fernando Henrique, a legislação foi modificada, proibindo-se o trabalho de menores de 16 anos, com exceção do aprendiz a partir de 14 anos. Mas a regulamentação veio em 2001, após a edição de uma lei no ano 2000, que disciplinou o assunto O atual Governo fez algumas modificações pequenas, como a elevação da idade máxima para 24 anos, e o programa federal foi de novo lançado, embora, de fato, não fosse novo”.


15. Verbas do PAC: “No Brasil, hoje em dia, financiamento passou a figurar como se fosse doação. Como se as Casas Bahia, quando financiam uma geladeira, estivessem dando a geladeira. O governo Federal, a partir do chamado PAC, passou a medir desta forma [as verbas liberadas para Estados e municípios]. Então, tem empréstimo na Caixa Econômica [...] e é considerado recurso federal [...]. Na verdade, trata-se de financiamento”.

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