quarta-feira, 17 de novembro de 2010

PMDB e o PT

A guerra entre o PMDB e o PT estava escrita. É briga sem caráter político, mas, tão só, da revoada dos vampiros em busca de sangue novo, do seu quinhão em cargos poderosos do governo Dilma. Por cargos poderosos entendam-se aqueles que têm orçamentos bem fornidos, cargos importantes para distribuição à mancheia. Dilma reagiu. Não pretende esse tipo de guerra em torno da partilha dos ministérios e estatais, mas não tem muito que fazer. Os partidos, como o PMDB, se alinharam ao PT para elegê-la presidente. Parou por aí. A partir da vitória, o cenário é outro: é a corrida para os cofres públicos, para o vampiresco ato de sugar a República e dela tirar o que for possível e até o que não for. O PT foi o primeiro a se lançar. Como na poesia, enloquecido na torre do poder, “quer uma lua no céu e quer uma lua no mar”. Muito. A não ser reflexo na água, não existem duas luas. O Partido dos Trabalhadores correu para abocanhar o poder da Câmara, com orçamento semelhante ao de uma cidade do porte médio. O PMDB reagiu e alargou: no Senado o PT também não entra. Daí, partiu para o contra-ataque e montou um blocão, isolando os petistas, composto pelos partidos PMDB, PP, PR, PSC e PTB, com 202 deputados federais no total. Demonstra que tem força para segurar posições e controlar o legislativo, podendo, no entanto, abrir espaços para o PT, que chegaria, porém, em posição menor, enfraquecido. O “aquieta leão” flagrou o PT com as calças nas mãos. Natural. O PMDB é partido de tradição nesta esfera de poder. Prefere ter os cargos com seus orçamentos a comandar a República. Aqui na Bahia, o PT avança também para furar a paliçada do presidente do Legislativo estadual e deslocar o deputado Marcelo Nilo da presidência. Marcelo tem 42 votos, presumivelmente, uma ampla maioria em 63 deputados. Dilma tem o seu batismo de fogo, o jogo duro dos partidos pelos cargos. O blocão se diz dilmista, pretende apoiá-la, contanto que o PT desista da sua sede e fome. O jogo está sendo jogado

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