sexta-feira, 24 de abril de 2009

Protógenes decepciona

No depoimento de mais de seis horas à CPI das Escutas Telefônicas, o delegado Protógenes Queiroz não acrescentou informações novas e nem mesmo confirmou aquelas que havia confidenciado na véspera a parlamentares de oposição. Em suma, saiu de cena o delegado de operações importantes da Polícia Federal, como a Satiagraha, por exemplo, e entrou em cena o político.

Ainda assim, Protógenes não conseguiu sensibilizar aqueles que seriam seus principais parceiros, na política: os parlamentares do PSOL. Chico Alencar, Ivan Valente e Luciana Genro acompanharam apenas o início da apresentação do delegado à CPI. Depois, foram embora. Isso denota a falta, no mínimo, falta de parceria dos parlamentares com o delegado.

Para alguns, a fase da identificação entre Protógenes e o PSOL já passou. Agora, começou a fase da vida real: se brilhar muito, ele pode representar uma ameaça aos deputados. Afinal, o partido não tem tantos votos assim. E a vaga do PSOL no Rio já é ocupada por Chico Alencar; em São Paulo, por Ivan Valente. Sobraria para ele, então, disputar uma cadeira de deputado federal pelo Distrito Federal - o que não é tão fácil assim.

Na conversa com deputados de oposição, Protógenes prometeu dizer que estava sendo vítima de perseguição por parte do ministro Tarso Genro, do diretor-geral da PF, Luís Fernando Corrêa. No depoimento, falou em perseguição, mas não deu nomes dos supostos algozes. Ele também prometera apresentar provas contra a ministra Dilma Roussef, mas, na CPI preferiu suaves insinuações e nada de concreto.

Assim, Protógenes chega ao ponto que muitos políticos evitam. Nada mais ter a dizer.

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