sexta-feira, 23 de outubro de 2009

velha expressão “locomotiva” do Brasil



Para quem estava acostumado à velha expressão “locomotiva” do Brasil, atribuída a São Paulo, começa a surgir uma novidade: o Nordeste como “locomotiva”do desenvolvimento econômico nacional.

Essa é a expectativa do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), um dos responsáveis pelas obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) que beneficia diversas regiões do pais e que tem uma vertente importante no Nordeste.

Geddel falou a Paulo Henrique Amorim, no Entrevista Record, transmitido ontem pela RecordNews, sobre as obras de transposição do rio São Francisco – onde esteve recentemente, ao lado do presidente Lula.

Para ele, a utilização da água do São Francisco, que irá perenizar rios que abastecem 12 milhões de nordestinos, é irreversível. “A transposição já estará funcionando no final do governo Lula, na vertente que vai a Pernambuco. A que chega ao ceará, que é mais longa, ficará para outro governo”, diz.

Segundo ele, as críticas à obra devem-se muito mais ao desconhecimento. “Não tem que gostar ou desgostar. Basta conhecer”, disse ele.

Geddel ressaltou que o conceito principal da obra é a segurança hídrica da população do região do Nordeste setentrional. É uma área onde “chove mais para cima do que para baixo”, diz, parodiando os matutos nordestinos. E explica: a evaporação elevada da água prejudica a adoção de grandes reservatórios.

“Você terá a perspectiva de usar a água, baixar a reserva dos açudes. E, se a seca continuar, você abre a torneira da transposição e leva água ao açude. Isso é segurança hídrica”, disse.

A lógica que o projeto emprega, diz o ministro, é de que será evitada a formação de uma “lâmina d’água espessa”, que se perderá pela evaporação.

Com isso, o projeto visa reverter uma situação crítica, na qual a região nordestina detém apenas 3% da água doce do país, sendo que o São Francisco representa 80% desse montante.

O ministro acredita ainda que a seca, principal problema regional, poderá ser solucionado com a transposição e com a garantia da segurança hídrica. “É como em regiões frias. Você não combate a neve, mas busca condições para sobreviver a ela”, diz.

A prioridade do projeto, afirma Geddel, será o consumo humano e animal. Além disso, completa, outras atividades produtivas, como agricultura irrigada e agricultura familiar também serão beneficiadas. “Você precisa de água para viver. Mas não vive só de água. Precisa ter emprego, dignidade, renda”, afirma.

Além da obra do São Francisco, Geddel aposta em outras iniciativas do governo federal para induzir o crescimento econômico nordestino, como a ferrovia Trans-Nordestina, construção de usina siderúrgica no Ceará e uma refinaria de petróleo em Pernambuco.

“Uma região com irrigação, com terras férteis, com gente que trabalha e grande alegria de viver, belezas naturais por toda parte. Evidentemente é uma região que tem potencial de se transformar em pouco tempo numa grande locomotiva do desenvolvimento, seja através indústria do turismo, seja indústrias, agricultura irrigada, agricultura familiar”, disse.

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