quarta-feira, 11 de novembro de 2009

amam a hipocrisia

Os congressistas amam a hipocrisia como uma forma de virtude. Agem como se considerassem a moral de mentirinha melhor do que moral nenhuma.
O apreço à simulação voltou a se manifestar na CPI da Petrobras. Decorridos quatro meses de sua instalação, vai fechar as portas.
Autora do requerimento de investigação, a oposição retirou-se da comissão. Alega que o governo a tratorou.
Anuncia o encaminhamento ao Ministério Público de um lote de 18 representações contra a Petrobras.
Alheio à gritaria, o consórcio governista decidiu dar por encerrada a “investigação”. O relator Romero Jucá (PMDB-RR) apresenta seu texto em dez dias.
O senador ACM Jr. (DEM-BA), um dos oposicionistas que bateram em retirada da CPI, foi queixar-se do governo da tribuna.
Discursou para cadeiras vazias (veja foto lá no alto). Simultaneamente, a CPI ouvia o seu último depoente, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli.
Gabrielli elogiou o trabalho da comissão. Disse que a “investigação” mostrou que não há malfeitos na estatal.
Provocação? Não, não. Absolutamente. No fundo, os atores sabem que, mesmo provocada, a platéia não esboça reação.
Para que a hipocrisia do Congresso funcione, é preciso que o eleitor brasileiro colabore, aceitando gostosamente o papel de imbecil.

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