segunda-feira, 27 de setembro de 2010

então, vai ter segundo turno?

A resposta mais provável é “não”, por mais que os serristas odeiem ouvi-la. Mas e as pesquisas dos últimos dias, todas mostrando a diminuição da diferença de Dilma Rousseff para José Serra e Marina Silva?

O.k., as pesquisas foram unânimes em verificar esse estreitamento, mas ainda não é algo que se configure em tendência. Quem tem acesso às pesquisas diárias feitas por encomenda dos partidos observa, por exemplo, que a flutuação de pontos entre Serra e Dilma fica sempre entre 25 e 30 pontos percentuais. Essa diferença manteve-se nas pesquisas divulgadas nos últimos dias.

Para que haja segundo turno, é obrigatório que Dilma perca mais de meio milhão de votos por dia até domingo que vem (ou mais precisamente 715 000 votos diariamente). Apesar de as revelações do escândalo de Erenice e seu bando (de familiares) serem chocantes, o grosso do eleitorado não se comoveu. Não é pouca coisa, portanto, virar tanto voto de Dilma.

Até porque o PT também aprendeu com erros da campanha de 2006 – e não se imagina que irá repeti-los. Não está se falando aqui dos aloprados: essa estrepolia – ou crime – petista acabou sendo repetida, sim, no caso da quebra de sigilo de tucanos. O erro que o PT não tornará a fazer é fugir do debate da Globo, coisa que, somado ao escândalo dos aloprados, efetivamente tirou das mãos de Lula a vitória no primeiro turno quatro anos atrás.

Pesquisas do próprio PT indicaram isso. Mostraram que o eleitor não aprovou a estratégia de candidato-fujão adotada, então, por Lula. Por isso, Dilma irá ao debate de quinta-feira na Globo, o único que realmente importa nesta eleição.

Por todos esses motivos, a fatura parece liquidada. Mas há fatores externos que não podem ser desconsiderados. Por exemplo, ninguém sabe de verdade o real impacto da exigência de o eleitor votar levando para a zona eleitoral um documento com foto – uma novidade implantada pelo TSE nesta eleição.

Segundo uma pesquisa do Ibope, 95% dos eleitores sabem dessa obrigação. Beleza. Mas as coisas não são tão simples. Do contrário, o PT não teria entrado na sexta-feira com uma ação direta de inconstitucionalidade no STF para derrubar essa exigência.

Na ação, o PT alegou “cerceamento legal do direito político do cidadão”. Como o PT não está de fato minimamente preocupado com, repita-se, “cerceamento legal do direito político do cidadão”, é fácil imaginar que algum temor maior tenha motivado a ida ao STF.

Aparentemente, a eleição presidencial caminha para terminar no domingo que vem. É o que diz a lógica – o que não significa que ela irá prevalecer. Façam suas apostas.

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