segunda-feira, 17 de maio de 2010

Serra corteja os ‘órfãos’ de Ciro em viagem ao Ceará

O presidenciável tucano José Serra inicia nesta segunda (17) uma viagem de dois dias ao Ceará.



Vai testar o apoio do grão-duque do tucanato cearense, Tasso Jereissati, que se negou a apoiá-lo na cruzada presidencial de 2002.



Terá, de resto, a oportunidade de cortejar o eleitorado de Ciro Gomes (PSB), arrancado da corrida sucessória em articulação urdida por Lula.



Ciro liderava as pesquisas no Ceará no instante em que o PSB, cedendo às pressões de Lula, passou a candidatura dele na lâmina.



Para sorte de Serra, o eleitor de Ciro, seu desafeto, se confunde com o de Tasso, seu neo-aliado.



Para azar de Serra, os eleitores em disputa são, em sua maioria, clientes do Bolsa Família.



É gente que, ainda que se disponha a devolver Tasso ao Senado, será sensível aos apelos de Lula ‘Cabo Eleitoral’ da Silva em favor de Dilma Rousseff.



O primeiro estágio da visita de Serra é a região do Cariri. Vai visitar três municípios, sempre com Tasso a tiracolo.



Vai, primeiro, a Juazeiro do Norte. Baterá o ponto na estátua de Padre Cícero. Um personagem que, embora a Igreja não tenha canonizado, é tratado como santo.



Nas eleições de 1994 e 1998, em que FHC prevaleceu sobre Lula, Tasso levou-o à mesma estátua.



Em 2006, ano em que Lula bateu Geraldo Alckmin, Tasso também levou o tucano à presença do santo petrificado.



Corrige agora o hiato de 2002. Fechado à época com a candidatura presidencial do amigo Ciro, Tasso se esquivara de levar Serra à presença de Cícero.



No mais, a agenda de Serra foi concebida de modo a evocar a passagem dele pelo governo FHC. Na cidade de Barbalha, vai visitar um hospital.



Chama-se Maternidade São Vicente de Paulo. O setor de oncologia foi construído com verbas federais, na época em que Serra era ministro da Saúde.



Na cidade de São Gonçalo do Amarante, Serra vai ao Porto de Pecém. Obra da era FHC, feita numa fase em que Serra era ministro do Planejamento.



O candidato tenta dar consistência a um discurso que empinara na semana passada, em Pernambuco.



Em entrevista radiofônica, Serra fora inquirido sobre uma pecha que o persegue: a fama de antinordestino.



Dissera que, entre os políticos de fora da região, considera-se principal benfeitor do Nordeste.



A exemplo do que vem fazendo desde que levou os sapatos à estrada, Serra passará pelo Ceará sem pronunciar ataques a Lula ‘Acima do Bem e do Mal’ da Silva.



Dá um boi para entrar numa briga com Dilma. E uma boiada para não se meter numa contenda com o presidente, dono de popularidade lunar.

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