sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sem banheiro.

Nesta sexta (19), a diretoria do PF’s Inn impôs ao “ex-Napoleão” de Brasília acomodações mais modestas.



Arruda encontrava-se detido numa sala da diretoria do Instituto Nacional de Criminalística.



Coisa fina: 40m², ar condicionado, duas mesas, cama e banheiro privativo.



Levaram-no para uma sala menor: 16m². Em vez da cama, um beliche. Nada de ar refrigerado. Sem banheiro.



Quando o pesadelo de Arruda começou, imaginara-se que a cana do governador duraria poucas horas.



Já lá se vão oito dias. E a PF alegou que precisava retomar a “rotina de trabalho” de sua diretoria Técnico-Científica.



Daí a transferência para a sala menos confortável, situada no Comando de Operações Táticas.



A PF informou que, a despeito da troca, Arruda continua a desfrutar de acomodação dotada de “padrão compatível com as prerrogativas legais de prisão especial".



À espera do julgamento do pedido de habeas corpus de seu cliente pelo plenário do STF, o advogado Nélio Machado coloriu o drama.



Disse que Arruda deve ter perdido três quilos em uma semana. Não pensa em renunciar. Mas está abatido.



O advogado soou como se dirigisse suas palavras ao coração das togas do Supremo:



"Esperamos que os ministros sejam sensíveis e percebam que até agora o governador não foi ouvido sobre essa questão”.



Disse que a prova que “o STJ e o Ministério Público apresentam foi contaminada por uma pessoa destituída de credibilidade”.



Afirmou que o “flagrante de suborno foi obscuro e que não há prova concreta contra o governador".



Em parecer enviado ao STF, o Ministério Público sustenta coisa diversa. E pede que Arruda continue preso.



Otimista a mais não poder, o doutor Nélio Machado crê até mesmo que Marco Aurélio Mello possa reconsiderar sua decisão.



Na semana passada, o ministro negara o pedido de liminar para que Arruda fosse devolvido ao meio-fio.



A defesa espera que o despacho do ministro seja levado a voto, no plenário do Supremo, na semana que vem.



A queda de padrão da hospedagem de Arruda chega um dia depois de o governador ter sido jogado ao mar pela bancada do panetone.



Acometida de repentino surto de probidade, a Comissão de Justiça da Câmara Legislativa do DF pôs para andar os quatro pedidos de impeachment que corriam contra Arruda.

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