A executiva do DEM está com a faca no pescoço: para salvar a imagem do partido, precisa expulsar o vice-governador do DF, Paulo Octávio da legenda. Com a prisão de José Roberto Arruda na sexta-feira passada, todos os holofotes agora se viraram para o vice que assumiu o posto. “É ano eleitoral, a imprensa não larga a gente. Não é possível construir qualquer pauta com esse peso nas costas. Todo mundo está se sentindo pressionado a expulsá-lo”, conta um integrante da cúpula da legenda.
O problema é que para expulsar Paulo Octávio do partido, o DEM vai ter de inventar um novo discurso. Há três meses, quando surgiram as denúncias contra o governo de José Roberto Arruda, o DEM adotou um discurso para justificar por qual motivo desfiliaria Arruda mas manteria PO: enquanto o governador aparecia recebendo dinheiro em mãos, o vice só era citado nas fitas como beneficiário do esquema, mas não havia qualquer gravação dele pedindo ou pegando propina.
Mas o tempo passou, Arruda acabou preso e agora, com Octávio como governador, a situação está insustentável. Falta um discurso. “A questão é: o que se tem contra ele já existia há três meses, então, se não expulsamos antes, qual vai ser a justificativa para expulsar agora?”.
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