Pressionado pelo PMDB de Goiás, Henrique Meirelles antecipou parcialmente um anúncio que só planejava fazer no final de março.
Informou, por meio de nota, que não vai disputar o governo de Goiás, seu Estado natal. Quanto às outras possibilidades, deixou-as em aberto:
“Reafirmo que a decisão sobre o meu futuro profissional será anunciada ao final de março", anotou o presidente do Banco Central.
São quatro as alternativas que restaram para Meirelles:
1. Permanecer na presidência do BC até dezembro, quando termina o governo Lula.
Nesta quinta (11), o presidente reafirmou a Meirelles o pedido para que fique no cargo.
2. Comparecer às urnas de 2010 como candidato a uma cadeira no Senado por Goiás. Uma hipótese que não parece animar Meirelles.
3. Retornar à iniciativa privada. Em privado, o próprio Meirelles diz que a volta para o outro lado do balcão não está no topo de suas preferências.
4. Compor a chapa presidencial de Dilma Rousseff, na condição de candidato a vice-presidente da República. É o que Meirelles mais deseja.
Lula também gostaria de ver o presidente do BC subir ao altar da sucessão ao lado de Dilma. Porém...
Porém, entre a vontade de Lula e o sonho de Meirelles há um PMDB de permeio. O grosso do partido prefere acomodar na vice o deputado Michel Temer (SP).
A recente recondução de Temer à presidência do PMDB terminou de esmigalhar as chances de Meirelles. Sua pretensão converteu-se em quimera.
Embora consciente da realidade, Meirelles esquivou-se de descartar, na nota divulgada na noite passada, a posição de vice.
Parece inspirar-se na velha máxima de Magalhães Pinto. A raposa mineira dizia:
“Política é como nuvem: você olha e vê um formato, mas quando olha de novo já vê outro”.
No caso de Meirelles, a cúpula do PMDB cuida para que a nuvem mantenha as feições de Temer.
Os morubixabas da tribo dos pemedebês, gente que sabe contar votos de convencionais e já viu elefante voar, aposta que Meirelles vai ficar no BC até 31 de dezembro de 2010.
Se Dilma for eleita, o PMDB se encarregará de cavar para Mierelles uma vaga à sua altura na nova administração.
Abaixo, a íntegra da nota divulgada por Henrique Meirelles:
"Tenho recebido apelos do PMDB de Goiás, particularmente do prefeito de Goiânia, Iris Rezende, para que antecipe minha decisão sobre uma possível candidatura ao governo do Estado.
Minhas responsabilidades no Banco Central e com a preservação do equilíbrio macroeconômico do país não permitem, todavia, a antecipação da decisão sobre o meu futuro profissional.
Entendo, no entanto, as razões políticas que levam alguns integrantes do partido a considerar necessário construir agora uma candidatura do PMDB ao governo do Estado.
Sendo assim, tomei a decisão de liberar o PMDB de Goiás de qualquer compromisso de dar prioridade ao meu nome e deixá-los à vontade para comporem a chapa ao governo imediatamente, se assim julgarem necessário, sem a minha participação.
Sinto-me honrado e grato ao PMDB por ter me oferecido a possibilidade de disputar o mais alto cargo de Goiás.
Agradeço também o apoio e o carinho que recebi por todo o Estado de inúmeros concidadãos, independentemente de quaisquer decisões que venham a ser tomadas no futuro. Serei sempre grato.
Reafirmo que a decisão sobre o meu futuro profissional será anunciada ao final de março
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
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