quarta-feira, 24 de março de 2010

Lula: Aliança PT-PMDB evita volta do Brasil do atraso

Lula concedeu entrevista ao "Jornal do Tocantins". O conteúdo foi reproduzido no portal da Presidência.



A certa altura, o presidente foi instado a comentar a parceria celebrada entre PT e PMDB na disputa pelo governo tocantinense.



Disse que o acordo o “deixou muito feliz”. Afirmou que será ainda “mais interessante” se outras legendas governistas se juntarem à caravana.



Declarou que PT, PMDB e Cia. asseguram uma coligação “mais competitiva tanto para a disputa local quanto para a disputa nacional”.



Acrescentou: “Nós precisamos garantir que todas as políticas que estamos implementando e que estão tirando o Brasil do atraso [...] tenham continuidade”.



Em seguida, Lula foi convidado a dizer meia dúzia de palavras sobre outra aliança selada no Tocantins pela oposição.



Um acordo que uniu o ex-governador Siqueira Campos (PSDB) e a senadora Kátia Abreu (DEM). Envolve a disputa local e o apoio ao presidenciável tucano José Serra.



Lula disse: “Precisamos separar quem está ao lado do nosso projeto nacional de mudanças e quem não está...”



“...Espero que a aliança entre PT e PMDB vá além dos dois partidos e consiga unir toda a nossa base nacional também no Tocantins...”



“...Acho que os tocantinenses não querem a volta de um tempo em que esse Estado – assim como vários outros distantes do Centro-Sul – não era levado em conta na elaboração das políticas públicas”.



O presidente pôs-se, então, a realçar o discurso plebiscitário que idealizou para a sucessão de 2010.



Desancou a era FHC: “O Brasil passou anos praticamente estagnado, pedindo dinheiro emprestado e se sujeitando ao monitoramento do FMI...”



“...Sem investimentos em infraestrutura, com altíssimo índice de desemprego, com sua população mais pobre sem nenhuma perspectiva”.



Enalteceu sua própria gestão: “Hoje, estamos comemorando o fato de termos atravessado praticamente sem nenhum arranhão...”



“...Uma crise que devastou a maioria dos países. Enquanto no mundo todo foram eliminados nada menos que 16 milhões de postos de trabalho, em 2009, no Brasil, ao contrário, nós criamos mais 995 mil empregos com carteira assinada...”



“E neste ano devemos criar mais 2 milhões de empregos formais, uma coisa excepcional”.



Arrematou: “É o projeto político vitorioso nos últimos anos que queremos manter. Por isso, vou apoiar decididamente o conjunto de forças que estão conosco e que vão estar coligadas também no plano estadual. O Brasil merece”.



O lero-lero segundo qual PT e PMDB impedirão a volta do "Brasil do atraso" não convence nem mesmo os aliados de Lula.



Ciro Gomes (PSB), por exemplo, a par de reconhecer os méritos da gestão Lula, ressalva: a aliança PT-PMDB tem “moral frouxa”.



Onde Lula vê solidez, Ciro enxerga fragilidade: "A Dilma [Rousseff] está sendo suportada por uma coalizão cuja hegemonia moral eu questiono..."



“...Na minha mente, é um roçado de escândalos que está plantado à espera da chuva, e a chuva vem, e ela pode ficar na mão..."



“...Não que a Dilma não seja exemplarmente decente, mas o roçado de escândalos que está semeado nessa ligação do PT com o PMDB, você não tem ideia".



- Em tempo: Com Dilma a tiracolo, Lula voou nesta terça (23) para o Tocantins. Pretendia inaugurar um trecho da Ferrovia Norte-Sul.



Ao chegar, Lula deparou-se com uma chuva torrencial. Cancelou a agenda e retonou a Brasília. O país foi privado de mais um daqueles discursos de pa©mício. Pena.

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