O deputado Ronaldo Caiado e o senador Demóstenes Torres, ambos do DEM de Goiás, formalizarão o pedido de expulsão de Paulo Octávio do partido.
A petição será levada à próxima reunião da Executiva nacional do DEM. Ocorreria nesta quinta (18). Mas foi adiada para terça (23) da semana que vem.
“Além da expulsão do Paulo Octávio, vamos requerer a destituição do diretório do DEM no DF”, disse Caiado, em entrevista ao blog.
A providência pode chegar tarde. No comando do governo do DF desde que José Roberto Arruda foi preso, Paulo Octávio administra o imponderável.
Investigado no mesmo inquérito que levou Arruda à ruína política, Paulo Octávio passou a considerar a hipótese de renunciar ao cargo.
Com ou sem renúncia, Caiado afirmou, a expulsão “será solicitada de qualquer jeito”. Vai abaixo a entrevista:
- O pedido de expulsão de Paulo Octávio será formalizado?
Sem nenhuma dúvida. A expulsão dele será efetivamente solicitada. Não tem mais rodeios. Chega.
- O que os levou a essa posição?
Nós não podemos mais ficar sangrando. Não dá mais.
- Quando será apresentado o pedido?
No primeiro momento em que a Executiva do partido se reunir. Seria nesta semana. Mas foi adiado para a próxima terça-feira. Avaiou-se que, na volta do Carnaval, poderia não haver quórum.
- O pedido já foi redigido?
Não há dificuldades para redigir. Já tínhamos elaborado o do Arruda. Não muda grande coisa –nem nos fatos motivadores nem na justificativa.
- Além do sr. e do senador Demóstenes Torres, alguém mais vai subscrever?
Não deixaremos de ouvir os demais integrantes da Executiva. Mas o pedido será formulado de qualquer maneira.
- Acha que Paulo Octávio solicitar o desligamento do partido antes de ser expulso, como fez Arruda?
Acho que pode. Não creio que haja no partido muita gente disposta a pagar essa fatura política. E ele sabe disso.
- Acredita que a Executiva aprova a expulsão?
Creio que sim. Ou encaremos o problema com a responsabilidade que ele exige ou vamos acabar tomando o caminho que o PT tomou no mensalão, salvando todos, fazendo ouvidos moucos para tudo e aderindo ao faz-de-conta. Ou agimos ou vamos ter lidar com a meia verdade, a meia gravidez, coisas que não existem.
- Acha que o DEM errou ao não incluir Paulo Octávio no mesmo processo que levou à escusão de Arruda dos quadros da legenda?
Deveríamos pelo menos ter destituído o diretório de Brasília, presidido pelo Paulo Octávio. E tínhamos de ter exigido, antes da prisão do Arruda, que todos os filiados do partido se desligassem do governo do DF. Não ter tomado essas providências foi um erro.
- Já conversou com o presidente do DEM, Rodrigo Maia?
Ainda não. A última vez que falei com ele foi no dia em que o Arruda foi preso [quinta-feira da semana passada].
- Acha que ele pode se opor ao pedido de expulsão de Paulo Octávio.
Não creio.
- De onde vem a convicção?
Depois que o Arruda foi preso, o partido exigiu que todos os filiados se desvinculem do governo. De repente, o governador, que assumiu o governo por ser o vice, é do DEM. Como podemos conviver com essa situação? Se decidíssemos que ele pode, então todos os demais também poderiam. Não dá. É Absurdo. Seria um tiro n’água.
- E se Paulo Octávio renunciar ao governo?
A expulsão dele será solicitada de qualquer jeito. Além da expulsão do Paulo Octávio, vamos requerer a destituição de todo o diretório do DEM no DF. As medidas que adotamos até agora foram paliativas. Não resolveram o problema integralmente. Temos que curar essa ferida. E não haverá cura enquanto não interrompermos a novela.
- Para ficar claro: qual será o teor da petição à Executiva?
Ponto um: dissolve o diretório de Brasília e desliga todos do governo. Ponto dois: a exclusão do Paulo Octávio dos quadros do partido. Para mim, a eventual renúncia dele ao governo não resolve mais. Ou expulsamos ou seremos todos arrastados para capítulos sucessivos de um enredo que se desenrola em Brasília e que não é nosso. A cada novo desdobramento, vem a menção ao mensalão do DEM. Passou da hora de darmos um basta. O Paulo Octávio não deveria nem ter assumido o governo. E já deveria ter renunciado ao comando do diretório do DF.
- Receia pelos efeitos eleitorais do caso de Brasília?
É evidente que não podemos esquecer que estamos em ano eleitoral. Até por isso, temos que nos diferenciar, tomando medidas duras. Nessa matéria, o DEM não pode fazer o jogo do mais ou menos, como o PT fez. Do contrário, ficaremos eternamente no mundo do faz-de-conta. Esse jogo não pode acabar em empate. Pelo que escuto no partido, a maioria já não suporta o prolongamento da novela
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
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