quarta-feira, 27 de maio de 2009

Para Colombo, CPI da Petrobras terá efeito saneador

A criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras terá efeito saneador e contribuirá para ampliar a transparência no uso de recursos públicos. A opinião é do senador Raimundo Colombo (DEM-SC), em manifestação no Plenário, nesta segunda-feira (26). O parlamentar catarinense classificou como falsa a alegação do governo de que a investigação tem caráter político e que objetivaria privatizar a estatal.
Ao contrário do que afirma o governo, Raimundo Colombo argumentou que as CPIs "têm prestado um bom serviço" ao país, ao revelar práticas lesivas ao interesse público.
Ele lembra que a estabilidade da economia brasileira decorreu, entre outros fatores, de duas comissões parlamentares de inquérito, a dos Precatórios, em 1996 e 1997, e a dos Bancos, em 1999. Depois desses processos investigativos, observou, uma regulamentação mais rígida permitiu a fiscalização "completa, correta e eficaz" dos bancos, o que os tornou mais sólidos.
- Quando começaram aqueles depoimentos dos precatórios, o Brasil inteiro se assustou com o que estava vendo e como transitava aquele dinheiro para lá e para cá, com uma liberdade, uma libertinagem, uma irresponsabilidade criminosa com a sociedade brasileira - recordou Colombo.
Diante desse exemplo, o senador destacou a importância da CPI da Petrobras. Ele contou estar recebendo mensagens de funcionários da ativa e de aposentados da estatal, preocupados com a politização da Petrobras, visível na ocupação dos cargos de direção, nas atuação da companhia e no excesso de publicidade.
- A grande verdade é que, se a Petrobras é de todos nós, ela deve demonstrar isso nas suas ações, na sua essência, sendo transparente. Qualquer cidadão brasileiro tem o direito de saber o que se passa ali. Não é crime de lesa-pátria pedir essas informações - enfatizou o parlamentar.
Ele apontou como indícios de problemas empresa o empréstimo emergencial de R$ 2 bilhões que a Petrobras pegou na Caixa Econômica Federal no ano passado. Do Banco do Brasil, a empresa teria recebido R$ 750 milhões. Até do Fundo Soberano, disse, a empresa teria recebido ajuda.
Colombo também se referiu à "jogada contábil" que a Petrobras realizou na declaração de renda para recolher menos impostos, em prejuízo de estados e municípios, além dos R$ 609 milhões destinados a patrocínios e a organizações não governamentais.

Da Redação / Agência Senado

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