quinta-feira, 25 de junho de 2009

Diretores da Petrobras têm reajuste acima da inflação

Entre 2003 e 2007, os contracheques dos diretores da Petrobras receberam um tônico de 90%.
No mesmo período, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 28,16%.
Somando-se salários e bônus, os vencimentos dos gestores da estatal petroleira chegaram, em 2007, à casa de R$ 710 mil anuais.
A média mensal roçou os R$ 60 mil. Deve-se a revelação das cifras ao repórter Amaury Ribeiro Jr..
Ele recolheu os dados em documentos remetidos pela Petrobras à Previdência e ao fisco. Levou-os às páginas do ‘Correio Braziliense’ e ‘Estado de Minas’.
Segundo o repórter, considerando-se salários e bônus, a Petrobras pagou aos seus diretores, em 2007, os seguinte valores:
1. Almir Guilherme Barbassa
Cargo: Diretor Financeiro
Remuneração média: R$ 710 mil
Indicação: PT
2. Guilherme de Oliveira Estrella
Cargo: Diretor de Exploração e Produção
Salário e bônus: R$ 701,76 mil
Indicação: PT
3. Paulo Roberto Costa
Cargo: Diretor de Abastecimento
Remuneração média: R$ 710 mil
Indicação: PP, com apoio do PMDB do Senado
4. Maria das Graças Silva Foster
Cargo: Diretora de Gás e Energia
Remuneração média: R$ 710 mil
Indicação: PT, da cota da ministra
Dilma Rousseff
5. Jorge Luiz Zelada
Cargo: Diretor da Área Internacional
Remuneração média: 710 mil
Indicação: PMDB da Câmara
6. Renato de Souza Duque
Cargo: Diretor de Serviços
Salário: 706,26 mil
Indicação: PT
Também o presidente da Petrobras, o petista José Sérgio Gabrielli, amealhou em 2007 vencimentos de cerca de R$ 710 mil (salário mais bônus).
Os vencimentos dos diretores da estatal são definidos numa assembleia-geral do conselho administrativo e fiscal da Petrobras. Ocorre uma vez por ano.
Na reunião de 2009, ocorrida em abril, o conselho destinou R$ 8,2 milhões para o pagamento de salários e benefícios aos diretores e aos conselheiros.
O conselho da Petrobras é presidido pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Entre os seus integrantes está o ministro Guido Mantega (Fazenda).
Tem assento no conselho também o ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), um apadrinhado do presidente do Senado, José Sarney.
Rondeau perdeu o cargo de ministro nas pegadas da Operação Navalha. A PF o acusou de manter relações financeiras promíscuas com Zuleido Veras, o dono da empreiteira Gautama.
Na assembléia de abril, o conselho fixou a remuneração dos conselheiros em 10% dos vencimentos dos diretores da Petrobras. Coisa de R$ 6 mil mensais.

Nenhum comentário: