terça-feira, 30 de junho de 2009

Petrobras tenta descobrir o que pensam os brasileiros sobre a CPI

Para mensurar o impacto das notícias sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Senado para investigar a administração da Petrobras, a estatal contratou um instituto de pesquisa para fazer um estudo nas principais capitais do país. Na abordagem, o eleitor é questionado se já ouviu falar da CPI, se sabe do que se trata e se acredita que ela tenha motivações políticas ou eleitorais. Durante a entrevista, a faixa de renda e a quantidade de televisões, geladeiras e telefones que a pessoa possui também são levantados. O Correio apurou que, pelo menos em Brasília, o número de pessoas abordadas que desconhecem por completo a cpi
Governistas devem furar acordo com oposição de instação da CPI da Petrobras
CPI do DNIT pode sair antes da CPI da Petrobras
Para comprovar, a reportagem foi até um dos locais onde os entrevistadores contratados pela Petrobras estavam abordando pessoas. A intenção era descobrir se o que está sendo negociado entre senadores da oposição e do governo desperta o interesse das ruas. A resposta? da Petrobras? Nunca ouvi falar. Repete a sigla para mim, por favor? CPi tem alguma coisa internacional aí no meio, né respondeu Erica Maria dos Reis, 18 anos, recuperadora de crédito que trabalha no Setor Comercial Sul.
Segundo a assessoria da Petrobras, a pesquisa foi iniciada no começo de junho e os resultados não serão divulgados ao público. A estatal também não aponta o nome do instituto que faz o levantamento dos dados nem a quantidade de pessoas que serão ouvidas. "Essa é uma prática corrente das empresas que atuam em um mercado competitivo", justificou.
Entre as pessoas abordadas nas ruas, a maioria desconhecia a CPI ou fazia confusão com relação às motivações, ao objeto da investigação ou a quem pressionou pela sua instalação no Senado. As explicações sobre o porquê de uma investigação que envolve um dos pilares do investimento público no Brasil são ignoradas pela maioria da população. "As pessoas não conseguem acompanhar tantos escândalos. O cidadão normal precisa trabalhar, seguir com a vida. Ele pensa: %u2018não tenho quem roube para mim, então vou trabalhar'", analisa o cientista político Ricardo Caldas.
A avaliação de outro especialista é diferente. "Qual é a chance dessa CPI ter alguma repercussão? Só se atingir alguma personalidade política. O eleitor não julga instituições. Julga pessoas, nomes", sustentou o professor de ciências políticas Leonardo Barreto.

Nenhum comentário: