domingo, 26 de julho de 2009

Petrobras paga para ver

Tem um viés político importante no pano de fundoda decisão da Petrobras de paralisar as obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A paralisação se deu porque o Tribunal de Contas da União (TCU) reclamou dos preços da terraplanagem -- e não por causa da queda no petróleo como quiseram fazer crer técnicos da empresa há alguns dias.
A Petrobras agiu para tentar provocar no primeiro escalão do governo Lula a mesma reação que o presidente teve quando houve paralisação das obras do setor elétrico por causa da falta de licenciamento ambiental.
No caso das obras do setor elétrico, o presidente Lula reclamou tanto que a ministra Do Meio Ambiente, Marina Silva, terminou pedindo demissão. E, para o bem das obras, pelo menos parte das licenças foi concedida.
Agora, que o consórcio do Comperj demitiu temporariamente uma gama de funcionários, a reação da classe política não será diferente. A ordem é criar um clima contra o relatório do TCU que levantou suspeita de superfaturamento nos preços.
A bancada do Rio de Janeiro já reagiu. "Não dá para parar um projeto tão importante. Vamos convocar os responsáveis à Câmara para saber o que ocorreu", comentou com o blog o deputado Edaurdo Cunha (PMDB-RJ). O mesmo fará o governador Sérgio Cabral. Daqui a pouco, é o presidente Lula que vai mandar a Petrobras retomar a obra, que é importante para o país e coisa e tal. Aí, a Petrobras dirá "ok, vocês venceram".

Nenhum comentário: