terça-feira, 20 de abril de 2010

De Sanctis quebra sigilo bancário e fiscal da Bancoop

O juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal da Bancoop.



Quebrou-se também o sigilo de um fundo de investimento criado pela cooperativa habitacional em 2004.

1. A quebra dos sigilos da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo e do fundo criado pela entidade foi requerida pela Polícia Federal.



2. Deu-se no âmbito de um inquérito aberto pela PF no ano de 2008. É conduzido pelo delegado Pedro Henrique Maia.



3. No centro da investigação está o FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), criado pela Bancoop há seis anos.



4. Apura-se a suspeita de gestão fraudulenta. Os principais cotistas eram fundos de pensão de empresas estatais.



5. A Funcef, que gere a caixa de aposentadoria dos funcionários da Caixa Econômica Federal, aportou no fundo da Bancoop R$ 11,2 milhões.



6. A Petros, fundação que gere o fundo previdenciário dos servidores da Petrobras, entrou com R$ 10 milhões.



7. A Previ, caixa de previdência dos servidores do Banco do Brasil, aplicou R$ 5 milhões.



8. O fundo da Bancoop, revelou-se, em 2008, um investimento de alto risco. A cooperativa já era alvo de investigação da Promotoria de SP.



Suspeitava-se, desde então, que a cooperativa desviara verbas recolhidas de associados para dirigentes petistas e para o caixa dois de campanhas do PT.



9. Há oito meses, em agosto de 2009, a Bancoop promoveu uma reunião dos cotistas de seu fundo. Propôs um acordo.



10. Os fundos de pensão das estatais e outros investidores aceitaram zerar suas posições na carteira do fundo da Bancoop.



11. Retiraram-se do negócio levando metade da rentabilidade que estimaram receber ao entrar. Em vez de 12,5%, só 6% ao ano, mais a variação da inflação.



12. Procurados, Funcef, Petros e Previ negaram a existência de irregularidades na relação com a Bancoop.



13. Os fundões das estatais alegam que o acordo celebrado com a cooperativa ligada ao petismo não resultou em prejuízos.



O percentual obtido (6% ao ano mais correção pelo IPC) situa-se dentro da faixa mínima de lucratividade que os fundos das estatais se autoimpõem.



14. Ouvida, a assessoria da Bancoop informou que a entidade não se manifestaria sobre a decisão do juiz De Sanctis.



15. A corretora Planner, contratada como gestora do fundo da Bancoop, também não quis se pronunciar. Disse que ainda não foi notificada da decisão judicial.



16. A Bancoop era geridada até dois meses atrás pelo petista João Vaccari Neto. Ele deixou a presidência da entidade para assumir a tesouraria do PT federal.



17. Vaccari sempre negou a existência de malfeitos na Bancoop. Diz que as acusações contra a cooperativa têm motivação eleitoral e visam desgastar o PT.



18. Do outro lado do balcão, há cooperados que pagaram por imóveis que a Bancoop jamais entregou. Daí as investigações.

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