sexta-feira, 30 de abril de 2010

Lula: ‘Gestão acaba, mas modelo está só começando’

Pronunciamento do Dia do Trabalhador teve tom eleitoral

Neste sábado, presidente leva Dilma à festa das centrais

Lula aproveitou o tradicional pronunciamento do “Dia do Trabalhador” para fazer campanha eleitoral dissimulada.



Prestes a passar o bastão para o sucessor, o presidente usou na rede nacional de rádio e TV um timbre de despedida:



“Esta é a última vez que falo com vocês, como presidente, para comemorar o nosso dia, o Dia do Trabalhador”.



Fez ataques velados à oposição: “Nesses últimos anos, o povo aprendeu a confiar em si mesmo. Aprendeu a não dar ouvidos aos derrotistas e à turma do contra...”



“...Aos que diziam que o Brasil tinha de se contentar com um crescimento medíocre; aos que pregavam o conformismo diante da exclusão social e da injustiça”.



Festejou a conjuntura benfazeja: “O Brasil tem todas as condições de crescer a taxas robustas, na casa dos 5% ao ano [...]”.



Citou os três programas que compõem o mostruário da candidata oficial Dilma Rousseff: Bolsa Família, PAC e pré-sal.



Com jeito, fez uma enfática defesa da continuidade: “Daqui a oito meses, deixarei a presidência da República, cargo para o qual fui eleito duas vezes...”



“[...] Olhando para o calendário, meu período de governo está chegando ao fim.

Mas algo me diz que este modelo de governo está apenas começando.”



À sua maneira, Lula estimulou os patrícios que o brindam com a superpopularidade a prestar atenção nas urnas:



“Algo me diz, fortemente, em meu coração, que este modelo vai prosperar. Sabe por quê?...



“...Porque este modelo não me pertence: pertence a vocês, pertence ao povo brasileiro...”



“...Que saberá defendê-lo e aprofundá-lo, com trabalho honesto e decisões corretas”.



Neste sábado, dia em que se comemora o 1º de Maio, Lula vai como que sinalizar aquela que, na sua opinião, é a “decisão correta”.



Pela primeira vez em sete anos de mandato, Lula participará dos festejos organizados pelas centrais sindicais, em São Paulo.



Carregando Dilma a tiracolo, o presidente prestigiará os eventos da CUT e da Força Sindical.



Estima-se que a candidata e o cabo eleitoral verão e serão vistos por mais de 1 milhão de pessoas.



O rival tucano José Serra não foi convidado. Para não desperdiçar o sábado, o presidenciável da oposição decidiu voar para Santa Catarina.



Serra vai ao balneário de Camboriú. Terá um encontro com léderes de um outro ninho de votos: os evangélicos.

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